Nesse encontro, buscamos a integração entre os componentes curriculares para a alfabetização através de uma oficina de dobraduras, seguindo o início da discussão sobre a interdisciplinaridade no processo de alfabetização. Além desses importantes momentos do encontro, também valorizamos a V Semana Acadêmica do Polo UAB NH, participando da apresentação de trabalhos na modalidade Banner.
Logo depois das combinações iniciais já começamos a discussão sobre o texto “Currículo e interdisciplinaridade: a construção de conhecimento de forma integrada” (Caderno 3 – p. 22 – 33), relacionando-o com a palestra do Seminário realizada na semana anterior.
Em geral, a posição das professoras alfabetizadoras sobre o Seminário Inicial com a palestra “Aprendizagem x Formação do professor: A Construção da Autonomia Docente“, da Profª Eunice Kiss de Souza foi positiva. Também relacionamos comentários do blog, suscitados a partir da leitura do texto, onde a questão da fragmentação do saber foi contextualizada historicamente e dentro das diferentes etapas de ensino. Na discussão, debatemos usamos como exemplo o Ensino Politécnico, implementado no Ensino Médio Estadual, no Rio Grande do Sul, apontando a presença do Seminário Integrado como um momento de pesquisa que visa a integração dos componentes curriculares. A Profª Daniela Mollman dividiu sua experiência com o Seminário Integrado em turmas de Ensino Médio, corroborando as impressões das professoras alfabetizadoras quanto à formação inicial dos professores de área específica que têm dificuldades na realização de trabalhos integrados, que visem a interdisciplinaridade.
Avançando na discussão, falei sobre a importância de temas transversais que podem ser utilizados como agente integrador do currículo (Beane, 2003), sendo usados como um “fio condutor” do planejamento dos professores. As professoras alfabetizadoras relembraram dos cursos de magistério, que permitiam uma formação prática e abrangente. Apontei a importância da formação continuada e do posicionamento da prática pedagógica como objeto de estudo do professor, na busca pela qualidade de ensino.
Seguimos com a apresentação dos Direitos de Aprendizagem de Matemática, contextualizando a discussão sobre a integração de áreas do conhecimento e iniciamos a oficina de dobradura com a Profª Gidiane Ross, apontando a aproximação desse tipo de atividade com conteúdos da matemática como formas geométricas, ângulos, medidas, proporcionalidade, presentes nos Direitos de Aprendizagem de Matemática e outras habilidades como motricidade, simetria, traçado, criatividade, etc. Fizemos 10 dobraduras, entre elas animais como girafa, tartaruga, zebra, leão, coelho e elefante, e outras como coração, bailarina e 2 tipos de árvores de Natal. Além das possibilidades óbvias de inserção dessas dobraduras nas aulas, relacionando-as com as temáticas que elas expressam, tanto a professora ministrante quanto as participantes foram apontando conteúdos e novas possibilidades de trabalho lúdico em sala de aula a partir da oficina.
Cada dobradura teve um nível de dificuldade diferente, mas todas foram usadas para refletirmos sobre a interdisciplinaridade. Desde os Direitos de Aprendizagem da Matemática, passando pelo potencial das imagens formadas com a construção ou representação de histórias interligadas a conteúdos de ciências naturais e humanas, tudo através de um caminho cheio das cores e beleza da arte. A Profª Gidiane nos explicou que essas dobraduras não são as clássicas, mas variações que envolvem corte e cola, como uma atividade que exige habilidades motoras e criatividade. A partir das ideias apresentadas na oficina, várias outras podem surgir.
Girafa (2 tiras)
Dobrar a pontinha da primeira formando o pescoço (1) e as duas pontas da segunda (2), formando as patas. Colar o pescoço nas patas (3). Pintar as manchas e a cabeça (4)
Zebra (2 tiras)
Dobrar a pontinha da primeira (1), formando a cabeça e dobrar um lado da segunda (2), formando a pata traseira. Ao colar os dois, observar o equilíbrio entre as patas (3). Pintar as listras e a cabeça (4).
Leão (1 tira maior, 1 tira menor e um quadrado)
Com a tira maior, dobrar as duas pontas, formando as patas (2). Com o quadrado, dobrar as pontinhas, formando a juba (laranja - 4). Com a tira menor, marcar o meio e dobrar as duas pontas para dentro (3), formando uma "casinha", ajustar a altura recortando as pontas e dobrar as 4 pontinhas (5), formando um coração. Colar a juba nas patas e a cabeça na juba (6), completando com o desenho do rosto (7).
Elefante (2 quadrados)
Com um quadrado, marcar o meio, dobrar uma pontinha de um lado inteiro (2) e dobrar os dois lados para dentro (3) , formando as patas. Com o outro quadrado, marcar o meio (4) e dobrar as pontas para dentro (5), em seguida, dobrar as pontas superiores para fora (6), formando as orelhas e a ponta de cima para finalizar a cabeça (6). A ponta de baixo pode ser dobrada várias vezes para formar a tromba (7). Colar a cabela nas patas e desenhar (8).
Coelho (1 quadrado)
Marcar o meio e dobrar as pontas para dentro (3). Recortar as pontas de dentro para formar os dentes (4). Recortar o meio marcado até atingir o corte dos dentes (5). Recortar a outra ponta deixando uma distância de 1 dedo entre os cortes (6). Dobrar as pontas internas da dobra 2 para fora (7), formando os dentes. Dobrar o corte de cima, formando as orelhas (8). Virar e dobrar as pontas de fora do corte 5, formando as bochechas (9). Pintar o rosto (10).
Coração (1 tira pequena)
Marcar o meio (1), dobrar para dentro, ajustar as pontas e dobrar s 4 pontinhas para dentro (2).
Árvore de Natal 1 (2 ou 3 quadrados)
Marcar o meio (1), dobrar as pontas para dentro (2), dobrar a ponta de baixo para dentro (3). Repetir o processo em cada quadrado e colar (4).
Bailarina (molde de bailarina recortado e 1 quadrado)
Dobrar o quadrado na diagonal e dobrar as pontas transpassadas (2). Recortar a base de forma arredondada e fazer piques no meio e nas laterais aleatoriamente (3). Abrir e vestir a bailarina (4).
Árvore de Natal 2 (meio círculo)
A partir da ponta do meio círculo, ir dobrando, respeitando os limites do cone formado. Enfeitar com bolinhas, estrela, etc.
Índio (1 quadrado)
Marcar o meio e dobrar as pontas para dentro. Dobrar a ponta mais larga para dentro, formando a base do rosto, e dobrar a parte mais estreita para dentro e para fora, formando a pena. Picotar a pena e pintar o rosto.
Tartaruga (2 tiras)
Na primeira tira, dobrar uma das pontas de uma lado, formando a cabela. Com a outra tira, dobrar as duas pontas bem abertas, formando o corpo. Recortar a cabeça para o pescoço não ficar muito longo e colar no corpo. Formar rabo com corte da cabeça.
Pude fazer questionamentos sobre os conteúdos abordados no texto e tivemos um momento divertido de integração, onde questões da dinâmica escolar surgiram entre nós, trocas de ideias para projetos e sequências didáticas foram apresentados, reconhecemos a importância das ajudas para superarmos as dificuldades que se apresentavam na execução das dobraduras e refletimos sobre o grau de dificuldade das dobraduras para nossos alunos.
No fim, acompanhamos a exposição de Banners da V Semana Acadêmica da UAB Novo Hamburgo, onde reconhecemos projetos que seguiram princípios interdisciplinares, observando experiências que expressam o que estudamos no PNAIC 2015.
Começamos essa 3ª etapa do curso de formação, de forma leve e animada, mostrando que podemos aprender e ensinar com mais alegria e aprofundamento teórico.
Profª Daniela Menezes















Esta aula foi muito especial. Primeiro por mostrar o poder do lúdico em nossas vidas, pois chegamos bem cansadas, com mais uma quarta-feira chuvosa e, no final do encontro estávamos dando risadas e revigoradas. Em segundo, por mostrar-nos como a Matemática e as Artes podem permear nossas aulas de forma simples, mas muito significativa.
ResponderExcluirCom toda certeza o aprendizado desta aula fará parte dos meus planejamentos.
Cristiane M.
Muito bom poder participar de momentos ricos como esse. Se nós amamos e nos divertimos com algo simples, criativo, bonito e além de tudo, educativo, imagina nossas crianças! Mesclar teoria e prática é a melhor maneira de dar sentido ao nosso trabalho. Que venham outros encontros assim, cheios de alegria e prazer em podermos compartilhar nossos saberes ! Parabéns às colegas que dividiram conosco um pouquinho do seu trabalho!
ResponderExcluirAdorei a aula! Tivemos uma oficina incrível com a colega Gidiane! Foi divertido, todas as dobraduras ficaram lindas e já apliquei com meus alunos, eles também adoraram! Gosto muito desta mistura (teoria e prática), acredito que o aproveitamento é sempre maior.
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