Nesse segundo encontro, buscamos um conceito para Currículo, refletindo sobre os elementos presentes no currículo em ação, expressos na prática pedagógica dos professores alfabetizadores.
As diretrizes curriculares do ensino fundamental foram analisadas, promovendo um debate sobre o que é necessário para que a escola promova um ensino de qualidade.

A formação continuada de professores deve envolver teorias, técnicas, materiais e a legislação que envolvem a escola, a educação e o ensino. Mas, acima de tudo, uma formação continuada de professores é o encontro de pessoas que assumiram uma profissão e estão em busca da superação dos desafios impostos à prática cotidiana em sala de aula.
Pensando em uma construção coletiva, o grupo foi convidado para organizar o formato dos encontros e as formas de registro mais adequadas às necessidades, expectativas e possibilidades de atuação, visando a nossa integração e crescimento, tanto individual quanto coletivo.
Pensando nos tipos de currículo que podem ser identificados na história da educação, nos utilizamos das ideias do livro Documentos de Identidade, de Tomaz Tadeu Silva. O Currículo tradicional, o Currículo Crítico e o Currículo Pós-Crítico foram estudados, em um movimento de análise da caminhada do currículo como teoria, que acompanha toda a história da educação. Primeiro dentro de um processo endurecido de homogenização dos alunos, depois como crítica e valorização do lado político da educação e, por fim, como caminho para a superação de polaridades através do respeito ao que nos diferencia em busca do que nos aproxima como seres humanos. Foi apontada a relação antagônica entre “currículo tradicional” e “currículo crítico”. Tivemos vários relatos sobre a presença de uma pedagogia tradicional no cotidiano escolar e da inserção impositiva de metodologias “modernas”, que provocaram um afastamento do professor de novas metodologias, pois suas inserções em uma realidade sem alterações se mostrava ineficaz. Procurei apresentar a ideia de “Currículo pós-moderno” como um caminho de integração dos anteriores, procurando superá-los. Ali percebemos a importância da ideia de diversidade, que também deve se expressar como “diversidade pedagógica”. Para o trabalho em sala de aula, o professor pode se revestir em uma prática que aborda várias tendências que são ressignificadas.
Nesse ponto da discussão, as professoras participantes do encontro, que levaram seus materiais de planejamento e acompanhamento, relembraram do questionário preenchido no primeira encontro buscando um debate sobre os elementos do currículo. Percebemos nas falas e nos materiais exibidos (cadernos, planilhas…) a exemplificação da diversidade pedagógica abordada anteriormente e realizamos trocas de experiências, ressaltando que cada um deveria inserir as ideias apresentadas em sua história pedagógica, buscando construir sua própria identidade como docente. Nesse contexto, não existe uma metodologia melhor ou pior, e sim, opções metodológicas que devem ser consideradas de acordo com o contexto educacional vivido.
Material preenchido coletivamente sobre as discussões realizadas.
As palavras em negrito foram apresentadas pelas professoras.
Metodologia: Diversidade de técnicas e abordagens, visando o questionamento e a pesquisa, onde os apontamentos e o envolvimento dos participantes contextualiza o trabalho pedagógico.
Planejamento: Expressão da metodologia de trabalho do professor, que evolve a organização das áreas do conhecimento presentes no currículo. Envolve a busca da interdisciplinaridade no processo de alfabetização, através da rotina, das atividades e dos recursos construídos, apontando objetivos e formas de avaliação.
Conteúdos: Refletem os questionamentos dos alunos e os conhecimentos construídos pela humanidade presentes nos planos de estudos. Devem ser diversificados e dinâmicos, adaptáveis à realidade das escolas e aplicáveis à vida prática do aluno. Para tanto, devem ser preenchidos de sentido, respeitando a autonomia pedagógica e valorizando as trocas entre os participantes do processo pedagógico.
Registro: O acompanhamento da aprendizagem envolve a análise e observação das dificuldades e dos progressos dos alunos e a organização de ações e estratégias no planejamento das aulas, que valorizem as descobertas, enfrentem os desafios e promovam as mudanças no caminho para a qualificação do ensino.
Avaliação: É necessário realizar uma reflexão sobre todo o processo educativo, enfocando diferentes aspectos e utilizando diferentes formas que visem o respeito às individualidades com uma observação diagnóstica e contínua para aperfeiçoar a aprendizagem de todos os envolvidos.
Para observar os elementos do currículo abordados acima, fizemos um estudo de aspectos fundamentais das Diretrizes Curriculares do Ensino Fundamental. Além dos fundamentos, princípios e estrutura do Ensino Fundamental de 9 anos, esse documento legal também apresenta o currículo como a integração de esforços entre o poder público, a escola e a família que se expressam no trabalho docente.
Nesse encontro não tivemos a leitura deleite e o registro aqui relatado foi realizado depois, apontando que é necessária uma reorganização do planejamento do encontro para que este possa ser reflexivo e produtivo ao mesmo tempo. Finalizamos a primeira etapa da formação, superamos a ansiedade e expectativa inicial, buscando os ajustes necessários para o crescimento e integração do grupo.
Profª Daniela Menezes
O grupo refletiu e socializou suas ideias e vivências com esses 5 assuntos:avaliações, registros, conteúdos, planejamentos e metodologia, que permeiam o dia a dia da Escola. Assuntos que precisam ser revistos continuamente. Josiane Pacheco
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