quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Em busca da garantia dos Direitos de Aprendizagem

Papel Reciclado de forma Artesanal pelas Professoras Alfabetizadoras

Começamos com a finalização da Micro Oficina de papel reciclado, onde foram apresentadas as etapas seguintes para a produção de papel reciclado, cada professora fez a sua folha, que será finalizada e utilizada em uma atividade posterior. A maioria das professoras comentou já ter realizado atividade de reciclagem de papel com sua turma e se interessaram bastante sobre o processo de reciclagem e possibilidades de utilização da atividade com diferentes faixas etárias.








Continuamos a Leitura Deleite do livro "O Pequeno Príncipe", neste encontro, a Profª Josiane leu o capítulo V, que fala sobre como as "Pessoas Grandes" percebem o mundo. Os nossos dramas, que começam pequenos e depois atravancam a nossa vida, assim como os Baobás, também são apontados neste capítulo.




No encontro anterior foi entregue uma tabela com os Direitos de Aprendizagem de Língua Portuguesa, enfatizando na alfabetização e letramento. Como preparação para este encontro, foi pedido que as professoras lessem e refletissem sobre tais direitos e os anos em que atuam. Neste encontro, as professoras se reuniram em grupos, por ano, para elencarem quais são os direitos que devem ser enfatizados em cada um dos 3 anos do bloco pedagógico. Durante a organização dos grupos, as participantes se empenharam na análise, levando suas experiências para relacionar o que envolve cada ano. Depois fizemos uma discussão sobre a organização dos conteúdos de cada ano a partir dos direitos de aprendizagem. Fizemos uma análise mais aprofundada dos Direitos de Aprendizagem dos alunos do 1º ano, e foram elencados os seguintes conteúdos que devem embasar o planejamento das professoras desta etapa: 
  • Alfabeto;
  • Nome completo;
  • Fonética som/letra;
  • Consciência fonológica (grafema/fonema);
  • Letra inicial;
  • Sílabas simples;
  • Uso do caderno com margem. 

Grupo de Professoras Alfabetizadora do 1º ano

Grupo de Professoras Alfabetizadoras do 2º ano

Grupo de Professoras Alfabetizadoras do 3º ano


Para pensarmos em possibilidades metodológicas de trabalho interdisciplinar, que envolva diferentes Direitos de Aprendizagem, tivemos a apresentação dos projetos de professoras que participaram da III FEMICTEC - Feira Municipal de Iniciação Científica e Tecnológica.




Profª Ana Maura Blath: Fundo do mar, atividades significativas apresentadas de forma interdisciplinar.



Profª Cristina Blauth: História da escrita e sustentabilidade. Reconstrução da história da escrita.





Para finalizar o encontro, refletimos sobre o trabalho apresentado pelas colegas, com uma tabela que reflete sobre as possibilidades metodológicas utilizando a pesquisa científica nas séries iniciais do ensino fundamental.

Foi um encontro mais prático, cheio de possibilidades de trabalho, apresentando o potencial de criação das professoras alfabetizadoras!

Profª Daniela Menezes

sábado, 19 de setembro de 2015

O Lúdico nas Séries Iniciais: caminhos para a garantia dos Direitos de Aprendizagem

Nesse encontro, o Pequeno Príncipe voltou! A profª Mara fez a leitura do Capítulo III e Capítulo IV, onde conhecemos mais sobre a vida do princepezinho e sobre as "Pessoas Grandes".


Começamos a aula com a Dinâmica das Vogais, buscando uma maior integração entre as professoras participantes. Combinamos um movimento para cada vogal e cada professora apresentou seu nome e todas as participantes repetiam, com os movimentos combinados. Assim, identificamos elementos do nome de cada uma, além de ser uma sugestão de atividade com os alunos.

Nesse encontro, antes da discussão coletiva, foi proposta uma discussão em grupos sobre os direitos e deveres de cada segmento da comunidade escolar, pensando nas atribuições de todos para a garantia dos Direitos de Aprendizagem dos alunos no Ciclo de Alfabetização.


Como resultado, tivemos 5 tabelas que contemplam direitos e deveres, do aluno, do professor, da família, da escola e do Poder Público, segmentos que se integram na responsabilidade em garantir os direitos de aprendizagem como resultado do processo educativo. Fizemos uma discussão sobre o que os grupos escreveram, refletindo sobre as exigências da prática pedagógica para a garantia dos Direitos de Aprendizagem.

Para a realização do nosso trabalho em sala de aula, é imprescindível conhecer e cobrar nossos direitos, tanto quanto conhecer e nos empenhar com nossos deveres. Para tanto, pensar na infância da atualidade, buscando conhecer melhor as crianças que recebemos em nossas salas de aula todos os dias, é fundamental para identificarmos o que é preciso para resultar em suas aprendizagens. Com esse objetivo, assistimos o vídeo abaixo, onde o Dr. Augusto Cury fala sobre a Síndrome do Pensamento Acelerado. 


Com as ideias apontadas no vídeo e as ideias presentes no caderno Ano 3 - Unidade 4, de 2013, com a leitura prévia do texto "Atividades lúdicas: hora de aprender, hora de avaliar?", de Ferreira, Rosa e Teles (páginas 28 - 31), fizemos uma discussão sobre as crianças que estão em nossas salas de aula e a importância do lúdico para a aprendizagem. Vários exemplos foram citados, apontando dificuldades que temos para acompanhar as novas gerações que chegam na escola, que dominam as tecnologias, que valorizam o individualismo e o imediatismo e que têm dificuldade em conviver com o outro sem conflitos. Falamos um pouco sobre o lúdico na educação como a inserção de momentos que valorizem o bem estar na dinâmica escolar, não necessariamente através do jogo ou do brinquedo, mas de atividades que valorizem o que é incomum para o grupo, despertando a curiosidade e mobilizando o grupo em torno de uma ideia.

Seguimos, estudando as Ideias principais do Capítulo: Ciclo de Alfabetização e Currículo, do documento "Elementos Conceituais e Metodológicos para Definião dos Direitos de Aprendizagem e Desenvolvimento do Ciclo de Alfabetização do Ensino Fundamental", publicado pelo Conselho do Ensino Fundamental em 2012, para entendermos melhor o que são os Direitos de Aprendizagem e qual é o nosso papel para garantir esses direitos aos nossos alunos.
Alguns dos elementos apontados pelo documento suscitaram desacomodações e críticas à política sob a qual somos submetidos. A distância entre o documento e a realidade das escolas foram apontadas como grandes dificuldades para a concretização dessas políticas integralmente. Discutimos a necessidade de se abrir diálogo sobre essas questões, colocando os professores em posição de destaque para a construção de políticas públicas para a educação. Todos os pontos foram questionados e as dificuldades enfrentadas foram apontadas, mas se fez necessária uma reflexão sobre o compromisso que temos com nossos alunos, buscando preencher um ano letivo com o melhor que pudermos oferecer, na direção dos Direitos de Aprendizagem.

Pensando em possibilidades de uma proposta contextualizada em sala de aula, que abra espaço para atividades mais dinâmicas e significativas para os alunos, começamos uma micro oficina de papel reciclado. Nessa primeira parte, assistimos o vídeo da Kika "De onde vem o papel?", que contextualiza a atividade. A inserção da reciclagem artesanal de papel em sala de aula pode estar relacionada a diferentes temáticas e propostas, pois é uma atividade que envolve a questão do lixo, do consumo, das árvores e até a questão da escrita e da alfabetização.


Após o vídeo, os filtros de café separados após o uso foram apresentados, mostrando as fibras do papel que aparecem quando são rasgados. Dentro da proposta da reciclagem, que desmancha um resíduo, possibilitando a produção de um novo material as professoras foram convidadas a começarem o processo rasgando o papel.


Esses filtros picados retornarão na forma de polpa na próxima semana, quando esta micro oficina será finalizada.


Para finalizar a primeira parte da micro oficina de reciclagem de papel, as professoras foram instigadas a escreverem os desafios que enfrentam enquanto professoras em folhas coloridas. Elas ficaram livres para utilizarem mais de uma folha e para escolherem as cores das folhas que usariam.


As respostas não foram lidas pelo grupo, mas rasgadas como parte do processo de reciclagem artesanal do papel, onde simbolicamente esses desafios serão desmanchados para a construção de uma nova prática pedagógica.


Além do simbolismo da dinâmica, as cores escolhidas serão parte do papel reciclado da turma, enfeitando-o com um colorido exclusivo.



Enfim, tivemos um encontro dinâmico, cheio de reflexões, integração e possibilidades pedagógicas. Que parte das nossas angústias tenham ficado naquele papel para serem desmanchadas e transformadas!

Profª Daniela Menezes

O Currículo e a Legislação: caminhos para a formação continuada

Nesse segundo encontro, buscamos um conceito para Currículo, refletindo sobre os elementos presentes no currículo em ação, expressos na prática pedagógica dos professores alfabetizadores.
As diretrizes curriculares do ensino fundamental foram analisadas, promovendo um debate sobre o que é necessário para que a escola promova um ensino de qualidade.


A formação continuada de professores deve envolver teorias, técnicas, materiais e a legislação que envolvem a escola, a educação e o ensino. Mas, acima de tudo, uma formação continuada de professores é o encontro de pessoas que assumiram uma profissão e estão em busca da superação dos desafios impostos à prática cotidiana em sala de aula.

Pensando em uma construção coletiva, o grupo foi convidado para organizar o formato dos encontros e as formas de registro mais adequadas às necessidades, expectativas e possibilidades de atuação, visando a nossa integração e crescimento, tanto individual quanto coletivo.

Pensando nos tipos de currículo que podem ser identificados na história da educação, nos utilizamos das ideias do livro Documentos de Identidade, de Tomaz Tadeu Silva. O Currículo tradicional, o Currículo Crítico e o Currículo Pós-Crítico foram estudados, em um movimento de análise da caminhada do currículo como teoria, que acompanha toda a história da educação. Primeiro dentro de um processo endurecido de homogenização dos alunos, depois como crítica e valorização do lado político da educação e, por fim, como caminho para a superação de polaridades através do respeito ao que nos diferencia em busca do que nos aproxima como seres humanos. Foi apontada a relação antagônica entre “currículo tradicional” e “currículo crítico”. Tivemos vários relatos sobre a presença de uma pedagogia tradicional no cotidiano escolar e da inserção impositiva de metodologias “modernas”, que provocaram um afastamento do professor de novas metodologias, pois suas inserções em uma realidade sem alterações se mostrava ineficaz. Procurei apresentar a ideia de “Currículo pós-moderno” como um caminho de integração dos anteriores, procurando superá-los. Ali percebemos a importância da ideia de diversidade, que também deve se expressar como “diversidade pedagógica”. Para o trabalho em sala de aula, o professor pode se revestir em uma prática que aborda várias tendências que são ressignificadas.

Nesse ponto da discussão, as professoras participantes do encontro, que levaram seus materiais de planejamento e acompanhamento, relembraram do questionário preenchido no primeira encontro buscando um debate sobre os elementos do currículo. Percebemos nas falas e nos materiais exibidos (cadernos, planilhas…) a exemplificação da diversidade pedagógica abordada anteriormente e realizamos trocas de experiências, ressaltando que cada um deveria inserir as ideias apresentadas em sua história pedagógica, buscando construir sua própria identidade como docente. Nesse contexto, não existe uma metodologia melhor ou pior, e sim, opções metodológicas que devem ser consideradas de acordo com o contexto educacional vivido.

Material preenchido coletivamente sobre as discussões realizadas.
As palavras em negrito foram apresentadas pelas professoras.

Metodologia: Diversidade de técnicas e abordagens, visando o questionamento e a pesquisa, onde os apontamentos e o envolvimento dos participantes contextualiza o trabalho pedagógico.

Planejamento: Expressão da metodologia de trabalho do professor, que evolve a organização das áreas do conhecimento presentes no currículo. Envolve a busca da interdisciplinaridade no processo de alfabetização, através da rotina, das atividades e dos recursos construídos, apontando objetivos e formas de avaliação.

Conteúdos: Refletem os questionamentos dos alunos e os conhecimentos construídos pela humanidade presentes nos planos de estudos. Devem ser diversificados e dinâmicos, adaptáveis à realidade das escolas e aplicáveis à vida prática do aluno. Para tanto, devem ser preenchidos de sentido, respeitando a autonomia pedagógica e valorizando as trocas entre os participantes do processo pedagógico.

Registro: O acompanhamento da aprendizagem envolve a análiseobservação das dificuldades e dos progressos dos alunos e a organização de ações e estratégias no planejamento das aulas, que valorizem as descobertas, enfrentem os desafios e promovam as mudanças no caminho para a qualificação do ensino.

Avaliação: É necessário realizar uma reflexão sobre todo o processo educativo, enfocando diferentes aspectos e utilizando diferentes formas que visem o respeito às individualidades com uma observação diagnóstica e contínua para aperfeiçoar a aprendizagem de todos os envolvidos.

Para observar os elementos do currículo abordados acima, fizemos um estudo de aspectos fundamentais das Diretrizes Curriculares do Ensino Fundamental. Além dos fundamentos, princípios e estrutura do Ensino Fundamental de 9 anos, esse documento legal também apresenta o currículo como a integração de esforços entre o poder público, a escola e a família que se expressam no trabalho docente.

Nesse encontro não tivemos a leitura deleite e o registro aqui relatado foi realizado depois, apontando que é necessária uma reorganização do planejamento do encontro para que este possa ser reflexivo e produtivo ao mesmo tempo. Finalizamos a primeira etapa da formação, superamos a ansiedade e expectativa inicial, buscando os ajustes necessários para o crescimento e integração do grupo.

Profª Daniela Menezes

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Primeiros Passos

No início do PNAIC 2015, tivemos a presença de "O Pequeno Príncipe", de Saint-Èxupery, na Leitura Deleite. 

A leitura dos dois primeiros capítulos foi acompanhada pelas imagens que contavam a história de um menino que se deslumbrou em um mundo de fantasia, oferecido por um livro, buscando a construção de seu mundo próprio. Mesmo desencorajado pelas "pessoas grandes", ele continua sua busca pelo que é essencial no mundo, até que encontra a beleza no príncipe andarilho que aparece à sua frente no momento mais inusitado.

Hoje, nós, professores, somos as pessoas grandes. Ao invés de fazer nossos alunos escolherem entre um mundo de fantasia, construído através da imaginação, e o mundo real, onde se vive e existem necessidades urgentes,  o nosso trabalho deve permitir a integração entre esses dois mundos, onde a lógica, a expressão, a cultura e as ciências andem juntas, a serviço de uma vida crítica e criativa, com espaço para a resolução dos problemas práticos do cotidiano e para os prazeres mais essenciais da vida.

Nesse encontro, precisávamos nos conhecer, então alguns materiais foram propostos, visando o início do registro de nossa história e do que nos move dentro da profissão que escolhemos.


Nos primeiros encontros do PNAIC 2015, tivemos como proposta retomar alguns conceitos e ideias importantes, presentes nas formações anteriores. Por um lado, devemos sempre refletir sobre o que passou para podemos seguir a diante, por outro, temos nos grupo várias colegas que não participaram da formação nos anos anteriores. Porém, foi preciso ter cuidado para não repetirmos as mesmas discussões passadas sem avançarmos na nossa formação.

A proposta da Coordenação do PNAIC foi que abordássemos o Currículo nos 2 primeiros encontros. Por isso, assistimos a parte final do vídeo abaixo (9min 30), onde vários pesquisadores da educação respondem quais são os desafios do currículo:



A partir do vídeo, debatemos sobre a relação entre o currículo mínimo e o respeito à diversidade e sobre questões referentes à qualidade de ensino, onde várias professoras participantes apontaram situações externas à escola que interferem no processo ensino-aprendizagem realizando pela escola. Assim, chegamos a uma reflexão sobre a importância do afetivo e do social no trabalho que realizamos. Tivemos opiniões diversas, mas concluímos que é preciso considerar a condição social do aluno e que nosso trabalho implica em relações afetivas, porém existe um limite, que cada professor deve estabelecer em sua prática.

Tivemos, também nesse primeiro encontro, uma reflexão sobre o que é ser um bom professor e fundamentos da formação de professores, discutindo sobre questões propostas pelo Prof. Antonio Nóvoa, no texto Para uma formação constituída dentro da profissão. A partir da leitura de uma resenha do texto, o grupo apontou a necessidade de um processo de valorização do professor pelo próprio professor, pois muitas vezes aceitamos imposições que não fazem parte do nosso trabalho.

E foi assim, com a expectativa de muitas trocas, debates e reflexões coletivas, que começamos esse ano de PNAIC. Que a diversidade presente neste grupo possa favorecer nossa formação conjunta, transformando nossos encontros em possibilidades de aprendizagem e crescimento profissional.

Profª Daniela Menezes

Breve Histórico do PNAIC

O Pacto Nacional para a Alfabetização na Idade Certa - PNAIC está em sua 3ª edição e conta com a adesão dos professores de 1º, 2º e 3º ano, compondo o bloco pedagógico que visa oferecer subsídios para alfabetizar todos os alunos até os 8 anos de idade.


Em 2013, os professores alfabetizadores se ocuparam do estudo da linguagem. Assuntos relacionados à alfabetização e letramento foram abordados ao longo de 120 horas de formação, uma parte presencial e outra à distância. Já em 2014, a ênfase foi na matemática, onde as temáticas dessa área do conhecimento foram apresentadas aos professores alfabetizadores em um curso de 160 horas que começou com o resgate das aprendizagens do ano anterior, sempre com sugestões de atividades e reflexões teóricas.

Chegamos à 2015 com uma bagagem que nos permite avançar. Para este ano, a ênfase será a interdisciplinaridade, onde as diferentes áreas do conhecimento, já abordadas nas edições anteriores, ganharão destaque nas 80 h do curso. O desafio está em promover um trabalho de alfabetização, pautado no letramento, onde os alunos terão acesso à saberes das ciências humanas e naturais, das diferentes linguagens e da matemática, de forma integrada.

Começamos mais uma etapa desta formação, visando a superação da fragmentação do saber e a promoção de um trabalho docente cada vez mais consciente.